terça-feira, 31 de agosto de 2010

Queda livre






Caí dentro dos teus olhos. Quantas vezes joguei-me nos olhos alheios para tentar adentrar, o que eu pensava ser, a imensidão das pessoas. Todas as vezes mergulhei e caí de cabeça numa piscina rasa. Me machuquei, machuquei os outros, ferimo-nos todos sem entender o porquê de tanta dor. Quando olhei nesses olhinhos de estrelas, só pude ver um mar sem horizonte. Olhos que por dentro eram redondos e infinitos. Achei que era ilusão de ótica, truque de mágico ou no máximo uma pintura, invenção. Mas me joguei. Tantas vezes me joguei nos olhos rasos, me prometi que nunca deixaria de pular com tudo, mesmo que pra cair de cabeça no fim. E agora continuo caindo, e não paro de cair e girar dentro dos teus olhos. E enquanto caio me sinto totalmente amparada por essa amplidão. Tantas coisas lindas nesse par de olhos: poesia, choro, encanto, incrível, beleza, amor. Não quero mais parar de cair dentro dos teus olhos e quanto mais caio, mais quero cair. Num fluxo de quanto mais caio, mais confio, mais me esvazio, mais vejo, mais sinto, mais conheço.
Mais amo.
À ti e à mim. Sem saber os limites pessoais. 
Não temos muros.

sábado, 28 de agosto de 2010

Entre nós e o ridículo

Eu gosto de gente "sem noção". Porque o "sem noção" me mostra que a noção não existe. E por mais óbvio que pareça, não é. Me descobri chata e cheia das noções. Mais importante: me despi rapidamente. Nua eu não tenho noções, nua só existe eu, minhas vontades, meu querer profundo. As noções são como cercas que a gente envolve os quereres. O medo do ridículo. Não existe nada mais ridículo. 


Pra sentir o gosto mais intenso das coisas, precisamos, antes de tudo, não ter medo de prová-las. 

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sendo humano

Essência
Essencial
Existencial
Existência


Estabilidade
Estabilizando
Estar
Estando


Querer
Querendo
Ser 
Sendo

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Canções do Divino Mestre

"Inexistência de medo, purificação da vida, compreensão transcendental, caridade, auto-controle, renúncia, prática de sacrifícios, austeridade, violência não, não irar-se, desapego, gentileza, veracidade, humildade, não gostar de ter defeitos, clemência, determinação, modéstia, compaixão para com todas as entidades viventes, estar livre da cobiça, cordialidade, vigor, pureza, limpeza, liberdade, não desejar ser um rato." 




As Qualidades das Pessoas de Natureza Divina em Canções do Divino Mestre - Arnaldo Antunes.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

The things that we "need" (?!)



Hoje estou simplesmente precisando escrever. Preciso falar sobre consumismo e falta de paz porque sinto que a maioria das pessoas não se toca muito bem desses dois assuntos. Sei que a maioria dos meus amigos não vai ler, mas se eu conseguir fazer com que uma pessoa leia e repense alguns pontos básicos já vou ficar feliz. :)

Pensando no consumismo e na falta de paz percebi que ambos estão absolutamente ligados, pode não parecer mas eu vou explicar porquê. 
Quando assistimos televisão (e me incluo porque, apesar de ser raro, eu ainda assisto algumas coisas) somos bombardeados por milhões de comerciais de uma série de produtos diferentes. Se fosse só a TV talvez o estrago fosse menor. Mas quando abrimos revistas ou saímos às ruas temos muitos, muitos comerciais os quais somos forçados à assimilar. Se não quiséssemos olhar, teríamos que andar de olhos fechados na rua e não daria certo. Eu, sinceramente, acho MUITO absurdo você ser obrigado, mas tudo bem. Por enquanto ainda somos. Pulemos esse pedaço. Quando vamos ao shopping (o grande templo do consumismo) e nos vemos nos inúmeros espelhos - que não existem por acaso - com uma luz que deixa qualquer roupa usada feia, vemos uma imagem talvez não muito atraente porque nossa roupa não está totalmente nova e passada e ficamos totalmente tentados à comprar outras. A luz do shopping te deixa "feio", revela todas as "imperfeições" de pele, cabelo, da roupa e etc. Eu mesma me senti totalmente assim muitas vezes, e em algumas delas eu cedi e comprei coisas. Acreditem, já gastei muito dinheiro com roupas e coisas que eu não precisava. Mas eu nunca me perguntei se eu REALMENTE precisava daquilo, ou se eu só queria, se era uma questão de ego, de querer parecer melhor pros outros e pra mim mesma. E hoje posso dizer que não tenho mais esse tipo de vício (sim, eu já fui viciada em compras). Quando eu era criança tinha milhões de brinquedos, barbies e cada vez queria mais. E eu cresci assim, educada pelos comerciais e pela TV. Os comerciais te dizem num sub-texto que seu cabelo é ruim porque não é igual ao da modelo do comercial, que suas roupas não estão na moda, que seu sapato usado não serve mais porque é da coleção passada, que a tonalidade de esmalte e batom que você usa ninguém usa mais e é old-fashion, ou sei lá como se chama isso... Enfim, tentam te convencer que nada seu é bom. Nem sua comida, nem sua esponja de louças, nem sua pele. E você assimila tudo isso e começa a "precisar" de todas essas coisas pra viver. Começa a comprar mais e mais, porém tudo isso te frustra porque você não vai ter o cabelo da modelo pelo simples fato que você é você e ela é ela, e o seu cabelo tem uma composição que é diferente do cabelo dela. Não vai ficar igual à qualquer atriz produzidíssima de TV em seus vestidos carérrimos, chiquérrimos e apertadérrimos. Não vai ter um arroz mais branquinho, uma panela perfeita, ou uma unha de barbie. Vira tudo frustração. E você está sempre querendo coisas que não pode ter: carrões, roupas de grifes internacionais, e etc. E por mais que você alcance isso tudo sempre ficará querendo mais, e terá a sensação que algo ainda falta. Simplesmente nos apegamos tanto às coisas que o tempo começa a passar, temos problemas na vida, temos felicidades. Mas estamos sempre faltando algum pedaço. O que falta é a paz que lhe foi tirada pelo consumismo que foi implantado em você quando você ainda nem sabia falar. Eu falei Mc Donald's com 2 anos. Minha mãe ficou impressionada quando eu apontei pra loja e falei certinho, ficou achando que eu já sabia ler. Mas não, eu via as cores, o Ronald e gigante M na frente da loja e associava com os comerciais da TV. Percebem a força que isso tem sobre adultos e crianças? Ficamos cada vez mais frustrados e apegados, porque nunca conseguimos ter tudo que queremos. A paz vem quando você se equilibra e percebe que suas roupas, carro, maquiagem e sapatos não são você. Se você estiver pelado, sem nenhum tipo de maquiagem ainda é você!!! Se você morrer, continuará sendo você e você é lindo exatamente como é. Sua essência não depende do batom novo da MAC, da sua bolsa Gucci nova, nem do seu carro de 100 mil reais. Sua paz banco nenhum pode compra. Sua inteligência ninguém tira. Seu humor, generosidade, amor. Até as pessoas que você ama você vai perder um dia, e mesmo que doa muito você ainda será você. Se preocupar com o mundo que estamos construindo hoje, com o que comemos, o que compramos é seguir o melhor dos mandamentos do mundo: amar uns aos outros. E uns e outros somos nós humanos, são animais e todos os seres viventes. Deixar um mundo melhor quando morremos é um dever. Se você acredita em Cristo, Alah, Maomé, Krishna ou qualquer outro Deus sabe do que eu estou falando. E mesmo se você não acredita em nada, sabe que existe ação e reação. Plante e você colherá. Precisamos pensar com nossas cabeças, saber o que queremos, do que precisamos. O que, de fato, queremos vestir ou comer. Não o que você vê na novela ou no armário da sua amiga. Somos únicos e temos aproveitado muito mal essa capacidade incrível de sermos diferentes e convivermos bem.
Hoje eu não bebo Coca-Cola, não como carne, não como no Mc Donald's, não compro nenhum tipo de roupa de marca, procuro não comprar coisas desnecessárias, me preocupo com o único planeta que tenho pra viver. E sabe, eu nem morri...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Você é o seu templo.


"Quando eu digo que a vida é divina, quero dizer isso — não fique confinado em templos e não fique confinado em igrejas e não fique confinado pelas Bíblias e pelos Gitas e pelos Alcorões.

Não fique confinado de modo algum. A vida é infinita. Enfrente a vida como ela é. 
Encare o infinito. Não fique com medo do infinito.

Onde está o medo do infinito? O medo é que com o infinito você vai desaparecer. Em uma igreja você não pode desaparecer. Você 
pode administrar. Uma igreja é sua construção.

É arbitrária. É artificial. É uma flor de plástico. Você pode controlá-la, manipulá-la. 
Por trás das cortinas estão suas mãos. O deus na igreja é criação sua.

A divindade real é totalmente diferente. Se você vier à 
divindade real — a vida — então você será uma criação dela. Então ela estará por trás de tudo."


Osho, em "Nirvana: The Last Nightmare"



Texto por: Palavras de Osho

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Kali Yuga


"Kali Yuga é a era de ferro, os dias em que vivemos. Kali Yuga dura 432.000 mil anos — desses já se passaram 5 000. As quatro características de Kali Yuga são a intoxicação, a prostituição, a matança de animais, a destruição da natureza e a jogatina.

Essa é a era em que a gratificação dos sentidos é a meta da existência e acredita-se somente no que se vê — não existe misericórdia, e Deus se tornou apenas um mito."


Wikipedia



Coincidência?




Encontro


"Eu quero ter uma experiência duradoura de Deus. Algumas vezes eu sinto que entendo a divindade de Deus, mas depois deixo de entender porque me distraio com meus desejos e medos mesquinhos. Quero estar com Deus o tempo todo."


Comer, Rezar, Amar - E. Gilbert




Estou lendo este livro e quando li essa parte simplesmente parei e não consegui mais sair dela. Porque me sinto muito, muito assim. Muitas vezes eu quero muito praticar ensinamentos de pessoas sábias que eu nem conheci mas em quem eu confio, e simplesmente não consigo. Não quero, de verdade, pôr a culpa nos outros de um problema que é meu comigo mesma. Mas o mundo e as verdades dentro dos quais eu fui criada fogem completamente dos ensinamentos que eu venho estudando. A minha dificuldade em controlar meus pensamentos e meu ego é verdadeiramente grande. E eu tenho muita vontade de superar tudo isso. Mas muitas vezes não sei como, nem por onde começar. Ficou tudo tão enraizado que muitas vezes é mais fácil mentir pra não me aborrecer ou rir de uma coisa que não é engraçada. Porque eu não sei de onde isso vem, e por isso não consigo controlá-la. Assim como a E. Gilbert, eu também busco muito estar o tempo todo com Deus, mas me esqueço muitas vezes que para isso preciso trilhar um caminho diferente da maioria das pessoas desse mundo, que se disfarçam atrás de religião e que na prática não a respeitam. Não quero estar teoricamente em algum tipo de crença, quero poder viver todo tipo de experiência com Deus que um ser pode possuir em sua forma humana. Quero aproveitar o máximo para me aproximar de quem, com muito amor me criou, e acima de tudo, quero descobrir quem eu sou dentro desse monte de adjetivos que nós e os outros despejam sobre nós. Quero encontrar o miolo da cebola, por mais difícil que isso seja. E mesmo querendo tanta coisa ao mesmo tempo, não sei por onde começar.




A foto foi da viagem à Friburgo.