quinta-feira, 12 de agosto de 2010

The things that we "need" (?!)



Hoje estou simplesmente precisando escrever. Preciso falar sobre consumismo e falta de paz porque sinto que a maioria das pessoas não se toca muito bem desses dois assuntos. Sei que a maioria dos meus amigos não vai ler, mas se eu conseguir fazer com que uma pessoa leia e repense alguns pontos básicos já vou ficar feliz. :)

Pensando no consumismo e na falta de paz percebi que ambos estão absolutamente ligados, pode não parecer mas eu vou explicar porquê. 
Quando assistimos televisão (e me incluo porque, apesar de ser raro, eu ainda assisto algumas coisas) somos bombardeados por milhões de comerciais de uma série de produtos diferentes. Se fosse só a TV talvez o estrago fosse menor. Mas quando abrimos revistas ou saímos às ruas temos muitos, muitos comerciais os quais somos forçados à assimilar. Se não quiséssemos olhar, teríamos que andar de olhos fechados na rua e não daria certo. Eu, sinceramente, acho MUITO absurdo você ser obrigado, mas tudo bem. Por enquanto ainda somos. Pulemos esse pedaço. Quando vamos ao shopping (o grande templo do consumismo) e nos vemos nos inúmeros espelhos - que não existem por acaso - com uma luz que deixa qualquer roupa usada feia, vemos uma imagem talvez não muito atraente porque nossa roupa não está totalmente nova e passada e ficamos totalmente tentados à comprar outras. A luz do shopping te deixa "feio", revela todas as "imperfeições" de pele, cabelo, da roupa e etc. Eu mesma me senti totalmente assim muitas vezes, e em algumas delas eu cedi e comprei coisas. Acreditem, já gastei muito dinheiro com roupas e coisas que eu não precisava. Mas eu nunca me perguntei se eu REALMENTE precisava daquilo, ou se eu só queria, se era uma questão de ego, de querer parecer melhor pros outros e pra mim mesma. E hoje posso dizer que não tenho mais esse tipo de vício (sim, eu já fui viciada em compras). Quando eu era criança tinha milhões de brinquedos, barbies e cada vez queria mais. E eu cresci assim, educada pelos comerciais e pela TV. Os comerciais te dizem num sub-texto que seu cabelo é ruim porque não é igual ao da modelo do comercial, que suas roupas não estão na moda, que seu sapato usado não serve mais porque é da coleção passada, que a tonalidade de esmalte e batom que você usa ninguém usa mais e é old-fashion, ou sei lá como se chama isso... Enfim, tentam te convencer que nada seu é bom. Nem sua comida, nem sua esponja de louças, nem sua pele. E você assimila tudo isso e começa a "precisar" de todas essas coisas pra viver. Começa a comprar mais e mais, porém tudo isso te frustra porque você não vai ter o cabelo da modelo pelo simples fato que você é você e ela é ela, e o seu cabelo tem uma composição que é diferente do cabelo dela. Não vai ficar igual à qualquer atriz produzidíssima de TV em seus vestidos carérrimos, chiquérrimos e apertadérrimos. Não vai ter um arroz mais branquinho, uma panela perfeita, ou uma unha de barbie. Vira tudo frustração. E você está sempre querendo coisas que não pode ter: carrões, roupas de grifes internacionais, e etc. E por mais que você alcance isso tudo sempre ficará querendo mais, e terá a sensação que algo ainda falta. Simplesmente nos apegamos tanto às coisas que o tempo começa a passar, temos problemas na vida, temos felicidades. Mas estamos sempre faltando algum pedaço. O que falta é a paz que lhe foi tirada pelo consumismo que foi implantado em você quando você ainda nem sabia falar. Eu falei Mc Donald's com 2 anos. Minha mãe ficou impressionada quando eu apontei pra loja e falei certinho, ficou achando que eu já sabia ler. Mas não, eu via as cores, o Ronald e gigante M na frente da loja e associava com os comerciais da TV. Percebem a força que isso tem sobre adultos e crianças? Ficamos cada vez mais frustrados e apegados, porque nunca conseguimos ter tudo que queremos. A paz vem quando você se equilibra e percebe que suas roupas, carro, maquiagem e sapatos não são você. Se você estiver pelado, sem nenhum tipo de maquiagem ainda é você!!! Se você morrer, continuará sendo você e você é lindo exatamente como é. Sua essência não depende do batom novo da MAC, da sua bolsa Gucci nova, nem do seu carro de 100 mil reais. Sua paz banco nenhum pode compra. Sua inteligência ninguém tira. Seu humor, generosidade, amor. Até as pessoas que você ama você vai perder um dia, e mesmo que doa muito você ainda será você. Se preocupar com o mundo que estamos construindo hoje, com o que comemos, o que compramos é seguir o melhor dos mandamentos do mundo: amar uns aos outros. E uns e outros somos nós humanos, são animais e todos os seres viventes. Deixar um mundo melhor quando morremos é um dever. Se você acredita em Cristo, Alah, Maomé, Krishna ou qualquer outro Deus sabe do que eu estou falando. E mesmo se você não acredita em nada, sabe que existe ação e reação. Plante e você colherá. Precisamos pensar com nossas cabeças, saber o que queremos, do que precisamos. O que, de fato, queremos vestir ou comer. Não o que você vê na novela ou no armário da sua amiga. Somos únicos e temos aproveitado muito mal essa capacidade incrível de sermos diferentes e convivermos bem.
Hoje eu não bebo Coca-Cola, não como carne, não como no Mc Donald's, não compro nenhum tipo de roupa de marca, procuro não comprar coisas desnecessárias, me preocupo com o único planeta que tenho pra viver. E sabe, eu nem morri...

Um comentário:

  1. Falou e disse.
    *_*
    Penso da mesma maneira que você.
    E sim, eu li, pelo menos eu li, então acho que valeu a pena você ter escrito. ;)

    Eu não consigo entender como as pessoas só pensam em ter, ter e ter!

    Quer saber? Acho que somos abençoados de perceber o que está acontecendo e não querer participar.

    Tudo bem, eu bebo Coca-Cola e como no McDonald's, evito carne. Mas eu só compro o que eu acho necessário, eu penso bastante antes de comprar. Se eu fosse comprar tudo o que eu já quis por impulso. Nossa senhora!

    Tomara que um dia quem sabe as pessoas acordem.

    Luis Paulo

    ResponderExcluir