sábado, 30 de outubro de 2010

Meu negócio é reticência...

O meu sentido é outro.
Não quero ser verbo dito,
Não quero fazer sentido.
O meu sentido pode ser tanto olfato, quanto tato.
E quanto tato.
Não é questão de teoria da prática
É de quem toca pra quem toca
Não quero encadernar
São só idéias que eu não quero ver com organização lógica raciniana.
Quero poder colar, uma por cima da outra
Sem ter que dizer a ninguém o espaçamento que há entre elas.
Elas são tão minhas, humanas, tortas e orgânicas quanto eu mesma
Que já sou lógica, fazendo sentido e raciniana o suficiente 
Pra não querer ser mais um pouco nas idéias. 
Gosto dos cheiros, dos livros velhos puídos, dos delírios febris com Peter Pan
Das roupas largas macias, dos biscoitos quebrados, das flores despetaladas.
O meu negócio nunca foi ser explicada, didática, entendida
Sempre fui da turma dos sentidos, de quem cheira, de quem pega, de quem sabe.
Sou da ala dos que sentem...
Sem ponto final

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