quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A vida e o amor ao lado das melhores - e piores - pessoas do mundo.

Não me satisfiz em ver duas vezes "Marley and Me" e ao passar por uma promoção numa loja de departamentos, o livro sorriu pra mim e eu pra ele. Obviamente, no meu vício, acabei trazendo-o para casa e após alguns breves dias, estou eu no último capítulo; e sem a menor coragem de continuar porque sei que vou chorar dez vezes mais do que quando vi o filme. Esse filme despertou em mim coisas boas e coisas nem tão boas. Ao mesmo tempo que tive vontade de correr pra casa para abraçar meus gatos, percebi como o tempo é frágil quando falamos das pessoas - e dos animais - que amamos. Chorei de rir, chorei de ver o Marley velho, mas chorei mais ainda quando percebi que, apesar de não aceitarmos, todo mundo envelhece. Percebi que talvez essa única chance que nos é dada de passar pelo que chamamos de vida seja um tanto curta e que o tempo passe diferente para as diferentes fases que vivemos. Me lembro que aos cinco ou seis anos de idade os dias eram loooongos, os meses também e de um aniversário ao outro parecia um milênio inteiro. O natal parecia ano bissexto... Como demorava aquele Papai Noel! 
Hoje me pego aos 18 e alguns meses percebendo que foi ontem que anunciaram o Pan no Rio e eu pensei: "Nossa, quando chegar lá eu vou estar velha... Vou acompanhar tudo de perto!". O Pan passou, eu não fui a nenhum jogo, mal assisti pela TV. Me desespera ver como eu passei da porta do forno (quando só via os botões do fogão) à mão que faz minha própria comida. Como foi curto esse tempo... Detesto ser utópica e me pegar sentindo saudade de coisas que enquanto as vivi, nem ligava. Mas não posso deixar de sentir um gostinho de saudade ao lembrar das poucas fases que vivi até hoje. Me parecia muito distante o dia em que entraria pra faculdade, arranjaria um emprego ou dirigiria um carro. E, felizmente - ou infelizmente -, esse dia chegou muuuuito mais rápido do que eu poderia prever.
Vejo as responsabilidades se acumulando e percebo lendo "Marley and Me" como passamos de pessoas irresponsáveis à donos da própria vida, sem nem mesmo sentir essas mudanças. Ainda não cheguei no estágio "dona da minha vida" e confesso não ter a menor pressa de chegar lá. Ando curtindo muito meu restante de vida como filha.... 
Marley também me deixou com uma "pulguinha" para pensar. Existem pessoas que passam tanto tempo junto de nós, nos esperando, dedicando-se à nossa formação, acarinhando-nos que passamos a não mais percebê-las por perto. Talvez John (o dono do Marley) tenha sabido aproveitar bem o seu tempo ao lado do pior cão do mundo, mas talvez nós (digo isso sem me retirar porque sei do que falo) não tenhamos percebido como um carinho pequeno faz diferença nos dias comuns. Pessoas que sempre estiveram junto conosco - mesmo que não tão de perto - em todas as situações como Marley esteve com sua família tenham tido, ao longo de nossas vidas, menos valor do que mereciam. Sem dúvidas, essas pessoas são as poucas que ficarão até o fim, e aceitemos ou não, ele nem está tão longe assim....



Dedico este texto à melhor amiga que alguém já pôde ter: Ingrid.


Ao infinito e além, Di. 
Te amo.


Grande beijo ;*

Um comentário:

  1. Nós somos isso, mais do que amigas, irmãs quase que siamesas, ligadas por gostos, uma infância conjunta, experiências e mais do que tudo muito amor.
    Dupla chata e mais chatinha pra vida.

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